Quem sabe faz a hora.
A busca de emprego fixo representa hoje uma das maiores
preocupações do cidadão comum, aquele que não possui uma formação específica e
depende de um emprego para o sustento e manutenção da família. Da mesma forma,
milhares de jovens buscam continuamente a oportunidade do primeiro emprego que
possa proporcionar, uma remuneração para se manter e a chance de adquirir
alguma experiência profissional para constar de seu currículo e de sua carteira
de trabalho.
Em nossa região, alguns
municípios se orgulham de terem conseguido ao longo dos anos, criarem uma
estrutura própria de emprego e renda para dar sustentabilidade a seus munícipes
e garantir o primeiro emprego àqueles que buscam o mercado de trabalho pela
primeira vez. Alguns desses municípios, apesar de não contarem com uma localização
geográfica privilegiada, podem se dar ao luxo não só de conceder pleno emprego
a sua população, como também importar trabalhadores de cidades vizinhas. Podemos
citar como bom exemplo os vizinhos municípios de Terra Boa e Araruna, que
conseguiram com o passar do tempo e um excelente e contínuo trabalho de seus
administradores, criarem uma enorme quantidade de indústrias geradoras de
mão-de-obra em escala. Essas conquistas ocorreram
ao longo de várias administrações que focaram e priorizaram a instalação de
indústrias, concedendo incentivos através de leis específicas trabalhadas por
suas câmaras municipais, em conjunto com seus prefeitos e secretários. Essas
políticas públicas resultaram em modelos que deveriam ser seguidos pela maioria
dos municípios da região, aproveitando principalmente o foco na indústria do
vestuário que encontra seu foro maior na cidade de Cianorte, favorecendo a
evolução do pólo nas cidades que lhe são periféricas.
Infelizmente o bonde da
história passou e muitos gestores públicos não souberam fazer a leitura correta
no momento de sua passagem, perdendo a carona e a oportunidade de melhorar a
situação de seus Municípios. A geração de emprego e renda, tão proclamada nas
campanhas eleitorais, não passou de promessas de palanque e as poucas ações a
respeito foram apenas ensaiadas na teoria, sem que fossem colocadas
efetivamente em prática, como ocorreu nos Municípios citados.
O assunto é tão
importante que a Constituição de 88, em seu preâmbulo, institui um Estado
Democrático cuja missão é assegurar “o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social” e
instituiu também como um dos objetivos da assistência social “a promoção da integração ao mercado de
trabalho". Na última década as ações do Governo Federal convergiram
para o propósito de acabar com a fome e a miséria e permitir melhores condições
de vida a todos os Brasileiros, dando prioridade máxima a geração de emprego e
renda como forma de alavancar uma sociedade mais justa e menos desigual. Nesse
contexto, surgiram as oportunidades para que os pequenos Municípios aderissem
às políticas públicas direcionadas para tal fim. A miopia política e a
incompetência administrativa de alguns gestores públicos fez com que alguns
deles se preocupassem apenas em remar o barco sem dar-lhe a direção adequada, na
busca da implementação de políticas agressivas destinadas à geração de emprego
e renda como forma de permitir que as populações tivessem a oportunidade de
conseguir o tão cobiçado emprego, a obtenção de renda e a conseqüente melhoria
de vida.
Não é preciso sem um
expert em Economia para compreender os benefícios que a geração de emprego e
renda trazem para um município pequeno. Pessoas empregadas recebem e distribuem
renda fazendo crescer o comércio, gerando novos empregos, mais renda, mais
impostos para o município, valoriza as propriedades, faz crescer a população –
o que aumenta os repasses de verbas federal e estadual – estimula o
empreendedorismo, cria novas e inéditas oportunidades e faz surgir um círculo
virtuoso que autoalimenta o próprio sistema. Com o passar do tempo o
crescimento torna-se automático, sem exigir novas intervenções do setor público
que passa apenas a colher os frutos do que plantou. Os municípios que não deram
importância, nem priorizaram o emprego e a renda, sofrem cronicamente pela
estagnação e empobrecimento do comércio, redução de população e baixa
arrecadação de impostos, permanecendo no mesmo círculo vicioso de 20 ou 30 anos
atrás.
Hoje podemos separar
claramente os Municípios da região que importam, dos Municípios que exportam mão-de-obra.
Os primeiros gozam confortavelmente dos benefícios que o pleno emprego oferece,
enquanto os últimos continuam com a mesma doença crônica da maioria dos
Municípios Brasileiros: estagnação econômico-financeira e falta de visão de
futuro.
Ao nos aproximarmos de
uma nova eleição Municipal é hora de unirmos nossos esforços para exigir dos
próximos candidatos, compromissos mais sérios e concretos para com as
populações dos Municípios que ainda não conseguiram dar o grito de
independência no item emprego e renda.
Quanto àqueles gestores
que tudo prometeram e nada fizeram a respeito do assunto, cabe a nós eleitores
fazer com que os mesmos saiam de vez da cena política pela porta dos fundos.
Nossa indignação deve ser demonstrada através de um poderoso “não”
aos seus nomes na hora de votar, lembrando sempre que o poder
encontra-se verdadeiramente nas mãos do povo. Em nossas mãos! Tudo o que
precisamos e utiliza-lo com sabedoria.
Autor: Francisco Ricci – Economista pós-graduado em Administração Estratégica
e Marketing.
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