Estamos às
vésperas de uma nova eleição majoritária que indicará os rumos da nossa nação
pelos próximos quatro ou oito anos completamente cercados de incertezas e
preocupações.
Não
é novidade que vivemos um delicado momento econômico, com o recrudescimento da
inflação, crescimento espetacular dos gastos públicos e por consequência da
dívida pública, encolhimento do Produto Interno Bruto, pulverização das
reservas em dólares, índices negativos crescentes na balança comercial, redução
da atividade industrial, aumento astronômico das dívidas pessoais e
familiares, aumento dos índices de
desemprego, redução crescente da renda e por conta de congelamentos de preços e
tarifas públicas, uma ameaça de disparada dos preços em geral, com a volta violenta
da inflação, que deverá a curto prazo
atingir dois dígitos.
Já
vivemos esse drama antes do plano real e sabemos que estamos prestes a assistir
de novo o mesmo filme, por conta de uma política econômica suicida e mal
dirigida; de um governo que somente se preocupa com o poder a qualquer custo,
sem focar nos rumos da nação; de um Congresso Nacional que tem como única e
exclusiva meta a manutenção das benesses do poder e do status adquirido à custa
do sofrido povo brasileiro.
Sabemos
que efetivado o resultado das eleições, seja lá quem for o eleito, teremos
reajuste geral de preços e tarifas públicas, aumento das taxas de juros e por
consequência a volta da inflação que tanto tememos, com efeitos desastrosos no
bolso do povo brasileiro.
O
que mais preocupa em tudo isso é que nenhum dos três presidenciáveis tem a
coragem e a decência de tocar no assunto, de botar a mão na ferida e apresentar
uma proposta de governo viável, com soluções pontuais para os nossos maiores
problemas – Saúde, educação e segurança – temas que são evitados pelos
candidatos ou que são abordados superficialmente. Sobre a inflação, a dívida
pública, a violenta carga tributária e a recessão que se aproxima, até agora
nenhuma palavra foi dita pelos três concorrentes.
O
que vemos e assistimos diariamente é uma série de acusações de uns contra os
outros e fica muito claro a total ausência de propostas, o vazio de conteúdo
dos três presidenciáveis, a total ausência de firmeza das atitudes e o completo
despreparo para assumir o cargo maior da política brasileira.
Mais
uma vez o drama se repete e o dilema se estreita! Percebemos a cada dia que
simplesmente não temos opções e o que me vem à cabeça é o famoso bordão “se
ficar o bicho pega e se correr o bicho come”. A cada novo discurso, a cada nova
acusação, a cada nova descoberta, a cada nova reportagem sobre o comportamento
dos candidatos, mais aumentam as nossas dúvidas e as nossas preocupações. Infelizmente, seja lá qual for o
resultado das urnas, para nós brasileiros o drama será o mesmo, esperar mais
quatro anos na esperança de que surja algo novo na nossa política, mas que seja
realmente novo, sem disfarces, sem maquiagem, sem remakes, sem fantasias e sem
a tradicional demagogia dos nossos políticos.
Não
sei se esperar isso é demais, mas, torcemos por isso, para que daqui a quatro
anos possamos resolver o nosso grande dilema: TER EM QUEM VOTAR!
Publicado na coluna OPINIÃO do jornal Enfoque Regional em setembro de 2014.