sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

CONTROLE SOCIAL X CORRUPÇÃO.


A caótica situação em que se encontra a maioria das prefeituras do país beira as raias do absurdo. A crescente onda de corrupção que assola a maior parte dos Municípios Brasileiros já extrapolou o que poderíamos chamar de intolerável. O que se vê através dos noticiários, principalmente em Municípios onde ocorreu a troca de gestor, pode ser definido como inaceitável, quase sempre com a cumplicidade ou sob os olhares impotentes de autoridades que ou fingem não ver ou realmente não conseguem enxergar, em muitos casos por estarem concomunadas com as falcatruas cometidas pela grande maioria dos prefeitos e câmaras de vereadores.
Como não poderia deixar de ser, quem paga a conta é sempre a população que vê a maior parte do dinheiro repassado, fruto do recolhimento de altos impostos ser desviado para bolsos particulares. Em algumas prefeituras montaram-se verdadeiras quadrilhas com o único objetivo de desviar e saquear o dinheiro público, provocar verdadeiros rombos nas contas, fraudar licitações, criar empresas de fachada para forjar negócios que só existem no papel, proteger e  arrumar a vida de amigos, compadres e parentes, comprar ou de algumas maneiras “cercar” ou cercear demais autoridades através de expedientes duvidosos para que a roubalheira seja feita sem incômodos, sem cobranças e sem interferências de quem deveria estar fiscalizando. Nesse esquema incluem-se a grande maioria das câmaras de vereadores que fingem fiscalizar enquanto dão cobertura legal, aprovando leis que só servem para proteger as quadrilhas montadas nos executivos.
Em alguns estados, onde os tribunais de conta funcionam de verdade, alguns ex-prefeitos estão sendo presos por corrupção. Acho que se houvesse fiscalização de verdade, aqui no Paraná as cadeias seriam insuficientes para prender tantos bandidos, pois acho que na grande maioria dos Municípios a roubalheira corre solto e ninguém faz nada para evitar, já que os maus exemplos acabam vindo da turma de cima.
            Se faz urgente que as leis sejam modificadas e as penas e o rigor seja multiplicado, mas sabemos muito bem que no Brasil, quando se trata de fiscalizar, as coisas simplesmente não funcionam. Vejam só as novas leis de transito, são muito boas e bastante rigorosas, mas sem que haja uma correta e contínua fiscalização, de nada adianta e as mortes no transito vão continuar. No serviço público as coisas são ainda piores, pois os órgãos encarregados de fiscalizar acabam se envolvendo com o sistema e fazendo parte dos esquemas de corrupção e assim a roubalheira vai se perpetuando, já que as leis, sem que haja fiscalização, deixam de ser aplicadas.
            Nessa situação, a única opção que pode realmente funcionar é o chamado Controle social do serviço público, onde a população, através de representantes locais e setoriais, entidades, clubes de serviço, entidades de classe, associações e membros representativos da sociedade, possa fiscalizar efetivamente e diuturnamente todos os atos de gestão da administração de seus municípios. Não se pode afirmar com certeza que com isso toda a corrupção seja afastada e contida, mas, com certeza será uma maneira eficaz de estancar a sangria desatada que ronda as gestões municipais e o faz-de-conta que impera nas Câmaras de Vereadores. Para que isso aconteça será necessário que o Controle Social seja institucionalizado através de lei discutida e aprovada pelo congresso nacional, pelas assembleias legislativas e pelas câmaras Municipais e que o seu funcionamento seja OBRIGATÓRIO em todos os Municípios do País, assim, a população poderá, de forma definitiva, colocar um freio na corrupção e descobrir finalmente que os orçamentos Municipais, ao contrário do que a grande maioria dos gestores afirma, são mais do que suficientes para atender às demandas das comunidades.
            Enquanto isso não acontece vamos continuar a assistir a proliferação da roubalheira, que já se institucionalizou e assumiu as rédeas do poder econômico que compra tudo, colaboradores, autoridades, órgãos de controle, vereadores e os votos necessários para prorrogar uma catástrofe por mais quatro anos. Eu sei, você sabe, a sociedade sabe, a imprensa sabe, a nação sabe, o mundo sabe, as autoridades no entanto, fazem questão de ignorar. Um dia a casa cai...

ONDE A CORRUPÇÃO IMPERA A SOCIEDADE NÃO PROSPERA.

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