quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Quem sabe faz a hora

Quem sabe faz a hora.

      A busca de emprego fixo representa hoje uma das maiores preocupações do cidadão comum, aquele que não possui uma formação específica e depende de um emprego para o sustento e manutenção da família. Da mesma forma, milhares de jovens buscam continuamente a oportunidade do primeiro emprego que possa proporcionar, uma remuneração para se manter e a chance de adquirir alguma experiência profissional para constar de seu currículo e de sua carteira de trabalho.
      Em nossa região, alguns municípios se orgulham de terem conseguido ao longo dos anos, criarem uma estrutura própria de emprego e renda para dar sustentabilidade a seus munícipes e garantir o primeiro emprego àqueles que buscam o mercado de trabalho pela primeira vez. Alguns desses municípios, apesar de não contarem com uma localização geográfica privilegiada, podem se dar ao luxo não só de conceder pleno emprego a sua população, como também importar trabalhadores de cidades vizinhas. Podemos citar como bom exemplo os vizinhos municípios de Terra Boa e Araruna, que conseguiram com o passar do tempo e um excelente e contínuo trabalho de seus administradores, criarem uma enorme quantidade de indústrias geradoras de mão-de-obra em escala.  Essas conquistas ocorreram ao longo de várias administrações que focaram e priorizaram a instalação de indústrias, concedendo incentivos através de leis específicas trabalhadas por suas câmaras municipais, em conjunto com seus prefeitos e secretários. Essas políticas públicas resultaram em modelos que deveriam ser seguidos pela maioria dos municípios da região, aproveitando principalmente o foco na indústria do vestuário que encontra seu foro maior na cidade de Cianorte, favorecendo a evolução do pólo nas cidades que lhe são periféricas.
      Infelizmente o bonde da história passou e muitos gestores públicos não souberam fazer a leitura correta no momento de sua passagem, perdendo a carona e a oportunidade de melhorar a situação de seus Municípios. A geração de emprego e renda, tão proclamada nas campanhas eleitorais, não passou de promessas de palanque e as poucas ações a respeito foram apenas ensaiadas na teoria, sem que fossem colocadas efetivamente em prática, como ocorreu nos Municípios citados.
      O assunto é tão importante que a Constituição de 88, em seu preâmbulo, institui um Estado Democrático cuja missão é assegurar “o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social” e instituiu também como um dos objetivos da assistência social “a promoção da integração ao mercado de trabalho". Na última década as ações do Governo Federal convergiram para o propósito de acabar com a fome e a miséria e permitir melhores condições de vida a todos os Brasileiros, dando prioridade máxima a geração de emprego e renda como forma de alavancar uma sociedade mais justa e menos desigual. Nesse contexto, surgiram as oportunidades para que os pequenos Municípios aderissem às políticas públicas direcionadas para tal fim. A miopia política e a incompetência administrativa de alguns gestores públicos fez com que alguns deles se preocupassem apenas em remar o barco sem dar-lhe a direção adequada, na busca da implementação de políticas agressivas destinadas à geração de emprego e renda como forma de permitir que as populações tivessem a oportunidade de conseguir o tão cobiçado emprego, a obtenção de renda e a conseqüente melhoria de vida.
       Não é preciso sem um expert em Economia para compreender os benefícios que a geração de emprego e renda trazem para um município pequeno. Pessoas empregadas recebem e distribuem renda fazendo crescer o comércio, gerando novos empregos, mais renda, mais impostos para o município, valoriza as propriedades, faz crescer a população – o que aumenta os repasses de verbas federal e estadual – estimula o empreendedorismo, cria novas e inéditas oportunidades e faz surgir um círculo virtuoso que autoalimenta o próprio sistema. Com o passar do tempo o crescimento torna-se automático, sem exigir novas intervenções do setor público que passa apenas a colher os frutos do que plantou. Os municípios que não deram importância, nem priorizaram o emprego e a renda, sofrem cronicamente pela estagnação e empobrecimento do comércio, redução de população e baixa arrecadação de impostos, permanecendo no mesmo círculo vicioso de 20 ou 30 anos atrás.
      Hoje podemos separar claramente os Municípios da região que importam, dos Municípios que exportam mão-de-obra. Os primeiros gozam confortavelmente dos benefícios que o pleno emprego oferece, enquanto os últimos continuam com a mesma doença crônica da maioria dos Municípios Brasileiros: estagnação econômico-financeira e falta de visão de futuro.
      Ao nos aproximarmos de uma nova eleição Municipal é hora de unirmos nossos esforços para exigir dos próximos candidatos, compromissos mais sérios e concretos para com as populações dos Municípios que ainda não conseguiram dar o grito de independência no item emprego e renda.
     Quanto àqueles gestores que tudo prometeram e nada fizeram a respeito do assunto, cabe a nós eleitores fazer com que os mesmos saiam de vez da cena política pela porta dos fundos. Nossa indignação deve ser demonstrada através de um poderoso “não” aos seus nomes na hora de votar, lembrando sempre que o poder encontra-se verdadeiramente nas mãos do povo. Em nossas mãos! Tudo o que precisamos e utiliza-lo com sabedoria.

Publicado na coluna Enfoque Opinião do Jornal Enfoque Regional de 03/09/2011.

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